A Droga do Amor (Literatura Infanto-Juvenil Brasileira)

Antes de modernas febres infanto-juvenis na literatura - títulos conhecidos, Harry Potter, ou outros mais restritos, do tipo Crepúsculo - houve um tempo de apreço na leitura, até compreensível para uma época sem internet.

Livros diversos em questão eram lançados que não tinha como se manter desocupado em relação ao que ler. Essas publicações tinham capas chamativas, hoje retrô. E bom, era realmente uma cacetada de lançamento, a exemplo a coleção Vaga-Lume.

Sempre traziam uma aventura com jovens, muitos na verdade crianças, ou crianças se tornando mais crescidas.

Nada de bruxaria, sair voando na vassoura ou romance com vampiros e lobisomens. Até poderia acontecer, mas sempre tratado de maneira “brasileira” e com pé no chão, nenhuma aventura fantabulesca e mirabolante. Os personagens sempre são humanos e reais e poderia muito bem ser qualquer indivíduo.

Leituras agradáveis para crianças, jovens e adultos, qualquer idade. Obras sem compromisso e que davam uma sensação de que realmente valeu a pena ter passado o tempo com aquela história. São válidas!




A DROGA DO AMOR
É outra narração com Os Karas!, personagens com seu próprio universo. Grupo que sempre se mete numa enrascada (sim, à maneira da Sessão da Tarde). Eles acabam se aventurando em algum caso policial.

Os personagens são os seguintes, Os 5 Karas!:

1 - Magrí: esta personagem e o Calú o autor propositalmente escreve com acento (erro ortográfico) pra enfatizar a pronúncia. É a única garota do grupo, no começo da trama vemos que ela está passando por uma transformação física por conta da idade, uma fase de descobertas, dando entender que ainda não eram adolescentes.

2 - Calú: todos são estudantes e cada um tem uma característica. Calú tem vocação pra atuar. É também bonito e desejado pelas garotas da escola.

3 - Miguel: líder do grupo. É o “Representante de turma”.

4 - Crânio: ele realmente é o “Crânio”. É o garoto super inteligente da sala, que manja todas as matérias, incluindo as que botam medo, Física, Matemática e Química.

5 - Chumbinho: o gurizinho, sabe como fez parte da equipe, obviamente não é da classe dos mesmos. Sendo criança algumas vezes é esnobado e também pode não compreender algumas coisas.

* Note que todos estão babando pela única amiga do grupo, a Magrí, Chumbinho é exceção, por conta de ainda ser criança.

- Detetive Andrade: este não é do grupo dos Karas mas por trabalhar na polícia é o elo com a investigação. Sem ser ofensivo, mas é o tipo “tiozão”, ele é um homem maduro, com careca, um pouco fora de forma, vive suando e quando come é capaz de devorar vários sanduíches de uma só vez. Não se entra em detalhes sobre ele, mas parece que é solteiro e também cuida dos garotos como se fossem filhos.



Mas afinal o que é “A droga do amor”? Aqui vai spoiler! O autor Pedro Bandeira teve uma ideia inteligente para o título. Parece até que o amor é uma droga, mas na verdade é uma referência à doença que aterrorizou muito o mundo antigamente, doença que por sinal ainda não tem cura. Na história se discute uma possível solução para o mal. Um dos momentos mais comoventes é uma criança de cerca de 1 ano sem culpa alguma e está hospitalizada. Outra coisa muito inteligente do autor é que ele em momento nenhum menciona que doença é essa, o que junto do título deixa somente sugestão. Ele só vai ser mais claro em relação ao que seria essa doença do amor nas suas palavras no final do livro.

Como ele mesmo diz, sua proposta é de fazer histórias saudáveis para a juventude. Tá vendo como essas narrações antigas infanto-juvenis brasileiras fazem falta? Estas sim são do gênero.

Livro fácil e certamente agrada quem quer se distrair ou tiver interesse em desenvolver o mínimo de sabor por uma narrativa. Muito bom e recomendado!

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