Neon Genesis Evangelion (Conrad/JBC)

A cultura pop para este lado do mundo é fechada. Não há outros nomes. Citando o Japão, quando existe algo é exclusivo, ficando à parte e com suas próprias características.

Evangelion se iniciou com a Conrad. A editora foi pioneira no mercado promissor de mangá, que era uma febre. Nesse tempo os animes passavam na tv aberta, Dragon Ball Z era exibido na Band e tava todo mundo assistindo. O Band Kids inclusive fez propaganda das recentes publicações. As duas editoras que iniciaram o comércio, Conrad e JBC, lançaram primeiramente títulos famosos, a JBC começou com nomes mais “alternativos”, como o Samurai X. E a Conrad se lançou com títulos muito famosos e consagrados no Brasil, foram eles Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco.

Não demorou pra vir outros nomes, até ignorados, e surgiu Evangelion.

Naquelas edições antigas ainda haviam as cartas e posteriormente emails dos leitores e o clima era descontraído e agradável.

O mangá de Yoshiyuki Sadamoto foi inovador para muitos, pois haviam páginas coloridas. E muita gente rasgava seda para a editora não só pelo título, como pela qualidade gráfica e as benditas cores que nunca haviam sido lançadas. As pessoas comumente falavam que a concorrência (JBC) tinha páginas do tipo jornal, enquanto a tão adorada Conrad possuía melhor conteúdo, ainda que fosse mais (justamente) caro.

Sendo um título menos divulgado em relação aos outros, no entanto pelas cartinhas que mandavam muita gente já havia assistido o anime e conhecia. Diversos estavam apenas comparando o mangá e animação. Os editores sempre falavam o que se podia esperar dos dois.






O mangá
Como os próprios editores explicavam, o título foi lançado quase que simultaneamente ao anime. Nessas edições originais da Conrad o bom eram os extras, em grande parte vinham explicações relacionadas à Gainax, estúdio criado por nerds e que viriam se consagrar na sua geração. Esse grupo de amigos tinha como referência as produções até então da sua época. Portanto eram apaixonados por alguns nomes feitos com mechas.

Evangelion veio entregar tudo o que podia, sucesso nos anos 1990, combinava ação, drama, “robôs” gigantes.

Mas partindo para o mangá, a história veio se mostrando quase que idêntica, salvando por alguns detalhes, ao anime. Logo de cara vem com cenas de ação, os EVAs, “robôs” humanoides e briga sob o comando do piloto. Outra coisa um pouco inovadora foram as cenas safadinhas que apareciam eventualmente. Pra quem começou a acompanhar sem saber do que se tratava certamente não esperava ver algumas imagens um pouco sacanas, como a Misato tomando banho de costas com a bunda de fora! Hilário também que a Conrad somente quando havia algo mais impróprio colocava naquelas letras miúdas da capa a censura de 12 anos. O que foi corrigido pela JBC para 16.

O anime se iniciando quase que junto ao mangá foi logo concluído, pela demanda do formato, mas lançaram outras títulos para explicar o que acontecia. Contudo o mangá se estendeu durante anos! Lembrando que Yoshiyuki Sadamoto é reconhecido, inclusive ilustrando um álbum do Eric Clapton.

Evangelion (mangá) saiu no Japão em 1994. Quando a Conrad lançou, ainda dava um certo intervalo pra não entregar tudo. Não teve jeito, alcançou a edição japonesa. Sendo que nesta editora durou de 2001, época de febre em desenhos japoneses no Brasil, e foi até 2007.

Após isso a editora passou por uma crise, ela que era uma dos maiores nomes em quadrinho e relacionado. Logo os direitos foram pra JBC, a qual lançou duas propostas, continuar o meio tanko e relançar em formato tanko. O PORÉM foi que a JBC não lançou mais as tão adoradas páginas coloridas (que sacanagem!😡). Ainda assim demorou um pouco para o senhor Yoshiyuki Sadamoto concluir a história, pelo jeito se apressou pra não alcançar o ano da trama, 2015!😂






História do mangá
Inicia com Shinji Ikari, um menino de 14 anos cuja maior expressão é sua cara de desânimo. Havia sido chamado pelo pai, sabe lá por quê. Foi deixado pelo mesmo quando criança na casa de tios.

Quando chega ao seu destino, descobre ter sido convocado apenas para pilotar o EVA, espécie de robô, com o objetivo de enfrentar os chamados Anjos, criaturas misteriosas que sempre atacam o local onde está a base da NERV, uma inteligência criada para combater os tais seres.

A história é cheia de dramas, e mesmo com muitos personagens sendo adolescentes, está longe do clima salutar que a juventude deveria ter. O protagonista é uma pessoa complexada, principalmente por não ter tido relação paternal. Sua mãe também é uma pessoa misteriosa, já que Shinji não tem memória dela, exceto pelo seu túmulo e não existe uma foto sequer.

Gendo Ikari, como chamá-lo de pai? Vive com a cara fechada e não dá a mínima para o filho, literalmente não dá uma palavra.

Rei Ayanami é uma garota misteriosa que não se expressa muito.

Asuka Langley Soryu é uma garota vinda da Alemanha, notável pela inteligência, mas extremamente cheia de si.

Por fim, quando o personagem principal chega na sua nova escola, se depara com Toji, um jovem que tá puto pela saúde da sua irmã e fica aborrecido com Shinji pela bagunça que havia feito na cidade.

Já chega desse clima pesado, né?

O mangá mesmo com esse tom no início é cheio de humorzinho, até bom, não é tão abobalhado como outros títulos orientais. Depois fica mais sem piadinhas, até ficar mais sério e concluir.

A trama é cheia de mistérios. Por que os Anjos querem chegar na NERV? O que realmente foi o Segundo Impacto? E outros.

É justamente esse clima oculto que dá graça ao mangá, pois a medida que se lê vai se descobrindo as pecinhas do quebra-cabeça.

É notável como todos os personagens se destacam, mostrando algo além das lutas. Sim, todos se destacam, até os personagens que apenas são coadjuvantes chamam atenção, exemplificando temos aqueles comandantes que trabalham com a Misato. E também o ambiente - cidade, escola - faz parte de todo o contexto, deixando uma obra íntegra.

Além disso é obra única por mostrar inúmeras referências ao Cristianismo e a Bíblia Sagrada, religião do Ocidente. Só vai fazer sentido pra quem conhece o assunto. Deixando vazio quem estiver de fora, fugindo possivelmente do público jovem. Portanto é um nome totalmente fora do lugar comum da cultura pop no geral.

Pela demora do Sadamoto, é certo que quem acompanhou os lançamentos perde muitos detalhes. O bom desse mangá é ler de uma vez! Essa sim uma experiência valorosa.






PERSONAGENS
Todos os personagens chamam atenção, até aqueles que não acrescentam. Aqui vão alguns que podem ser lembrados e compõem parte do quebra-cabeça que é a obra Evangelion. Ainda ressaltando novamente, todos fazem parte do contexto, mas nesta lista são só alguns.

Shinji Ikari
Menino de 14 anos sem muita razão pra viver, e de temperamento e expressão meio depressiva. Vive aborrecido com seu pai por ter sido deixado quando criança na casa de tios. Sem contar que seu pai vive com a cara fechada pra ele e não tem a mínima vontade de trocar uma palavra com seu filho (pesado!).
Evangelion virou uma mitologia. Uma característica do Shinji é usar fone.

Misato Katsuragi
Jovem de 29 anos, leva uma vida descompromissada embora seja funcionária da tão imponente NERV. Por alguma razão leva Shinji pra morar consigo, o mesmo é surpreendido que na sua geladeira só tinha cerveja! (provavelmente nem água havia). Com a chegada de seu colega no apartamento divide várias tarefas. Embora seja “tranquila” e alegre leva seu trabalho muito a sério. Na história é responsável por servir de comandante e estrategista com os ataques dos EVAs aos Anjos.
Simpatia em pessoa! Digo, em desenho... Usou o Shinji como cobaia para seus tapas!😁✋🏻

Gendo Ikari
É o pai do Shinji, muito duro com o mesmo, o trata com nenhum afeto. Misteriosamente tem muito apreço pela Rei Ayanami, outra piloto do EVA. Jogou todos os registros de sua ex-companheira fora.
Gendo Ikari bem que podia ganhar um Eisner, pois em boa parte da trama está nessa posição demonstrando tristeza, alegria, dor e outros "sentimentos"



Rei Ayanami
Uma garota sem nenhuma expressão, de certa maneira lembra o Shinji nesse aspecto, porém é bem diferente. Parece que foi feita só para pilotar o EVA, já que ela sempre se prontifica. Quando interage não demonstra muita vida. Reza a lenda que nunca ninguém viu um sorriso seu.
Não se expressa e não dificilmente dá respostas secas

                 
Ritsuko Akagi
Descrita como workaholic (viciada em trabalho). Demonstra ser séria e focada. Mas será que não tem fraqueza e é tão perfeccionista e completa?
Uma pessoa exemplar e voltada pro trabalho...🤔

Toji Suzuhara
Colega de Shinji, o primeiro contato com os dois não foi amistoso. Já que o Shinji havia destruído parte da cidade, de maneira desleixada, e acabou prejudicando sua irmã. Esse aí é parte dos amigos de Shinji junto do colega nerd Kensuke Aida.
Ele e o Kensuke são os amigos de Shinji

Asuka Langley Soryu
Vinda da Alemanha, é outra piloto do EVA. É cheia de si, autossuficiente, inteligente e bonita. Mas por trás de toda essa imagem perfeita ela não tem nenhuma falha? Não é humana como todos? Existe alguém assim sem defeito?
0 defeitos? Será?

Yui Ikari
Mencioná-la já é entregar um tremendo spoiler! Mas ficamos só nisso, ela é a mãe do Shinji.

Kaworu Nagisa
Menino estranho que aparece quase pelo final. Apesar de chamar muita atenção não acrescenta muito e assim como surge não demora pra sair da trama.
Nagisa é daqueles que chamam atenção, mas no fim não acrescentam muito, pelo menos no mangá


Pen Pen
Tem que citar este aqui. Representando o humorzinho no início, o Pen Pen é o mascote da série e sempre é lembrado com muito carinho por todos!
O mascote querido por todos!

Basicamente são estes, ainda existem personagens que não mencionam muito o nome mas por estarem à mostra você acaba notando e de alguma forma podem acabar contribuindo para o contexto, ou apenas estão lá para acrescentar o cenário.







Vale muito ler Evangelion, a não ser que você não goste do gênero mangá. O mais incrível e singular deste título é que mesmo sendo do outro lado do mundo, a ideia é mostrar sob a narrativa a temática cristã, religiosidade e ainda contar com elementos da Terra do Sol Nascente, os famigerados robôs e seres gigantes, humor no início, o desenho em si voltado para o público jovem, ainda que o assunto seja mais amadurecido, lutas, uma ou outra cena mais safada (fan service) e o protagonismo por parte de adolescentes faz em algum momento o contexto da idade. Vamos chamar de uma obra com “sincretismo”, misturando o estilo japonês com temática ocidental.

O que tá faltando pra você conhecer o título? Lembrando mais uma vez que o bom é ler tudo logo, e pelo número pequeno de volumes é uma obra rápida!
NOTA 10!
Edição final, já com o novo logo, pela JBC, 28, meio-tanko

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