Guinea Pig (série japonesa) - 1985 - 1990

Algumas informações dizem que este samurai é o próprio Hideshi Hino, atuando em seu próprio filme

Sempre que você pesquisar sobre a série japonesa “Guinea Pig”, uma palavra recorrente é “controversa”. E não é pra menos, isso é válido, por causa do tipo de produção, principalmente o primeiro e o segundo. Já que o restante dos episódios não tem a característica tão doentia.

Antes de qualquer coisa, vale ressaltar o termo “Guinea Pig”, nada mais é do que o famigerado “Porquinho-da-índia”, mas calma, que não é aquele anime fofolucho ironicamente também do Japão chamado Hamtaro. O termo é usado como “cobaia”.

Este termo se encaixa muito bem, afinal é um exercício de efeitos especiais, segundo consta na internet, diga-se de passagem foi bem sacada essa ideia.

Uma polêmica, e que facilmente pode ser introdução, é a história relacionada ao ator Charlie Sheen (?) - por ser ele já fica bem estranho. É famoso recentemente por sua vida loka e… comédia, Two and a half men trouxe muita notoriedade para uma geração mais recente. Segundo conta essa história na internet, o ator recebeu uma fita com o bendito (maldito) filme, se tratava do episódio 2. O cara achou que era um snuff movie e denunciou ao FBI. O problema foi resolvido com um making of. 

Que coisa, não? E não é difícil ver com o nome do mangaká Hideshi Hino, uma das cabeças por trás da série, nos seus quadrinhos o seguinte texto, “Já foi acusado de snuff movie”! Negócios são negócios!

Outra polêmica envolvendo a produção, esta sim de relevância, foi o fato de um jovem japonês ser fã da série e ter cometido crimes, que associaram com as produções que o rapaz possuía, ficou conhecido como “o otaku assassino”.

Porém deixando de lado esse marketing, o filme tem “conteúdo”, e o Hideshi Hino é um desenhista relevante. Porém o material é pesado, e que se o público for sensível, não vale a pena, mesmo. Ressaltando, principalmente o primeiro e o segundo.

Na web diz que as ordens dos filmes às vezes não estão corretas, mas no geral a ordem a seguir é apresentada, está com tradução livre, a partir dos nomes em inglês.





1 - O experimento do Diabo (Guinea Pig: Devil's Experiment) - 1985: esse é MUITO CHOCANTE, uma moça é raptada com o único propósito de sofrer tortura! À medida que o filme avança, as torturas também aumentam, seguindo uma progressão. Cada vez que você pensa não poder ficar pior, fica! Embora tenha conteúdo perturbador e incômodo dá pra perceber alguns erros, como chutes não acertarem a mulher (mais tosco que filme de ação) e a cena do olho, na internet diz que a sobrancelha e o nariz estão muito distantes da normalidade. Mesmo assim choca bastante e dá angústia. Afinal não só a moça é torturada, você olhando fica como estivesse na sua pele.
Obs: algo (mais) estranho é que este parece fazer uma certa referência à história do Charlie Sheen, o que ocorre também no segundo. O texto inicial diz que “recebi esta fita chamada ‘Guinea Pig’ (cobaia)”. E ainda que os detalhes da gravação já estavam perdidos.



2 - Flores de carne e sangue (Guinea Pig 2: Flowers of Flesh and Blood) - 1985: outro BASTANTE CHOCANTE. Este é o famigerado título que dizem o Charlie Sheen ter recebido e ficou incomodado. Enquanto o primeiro agonia por apresentar uma tortura eventualmente possível e perversa das maneiras mais inimagináveis. Este segundo impacta por apresentar cenas de desmembramentos sem nenhuma cerimônia! São explícitas! Este é o mais famoso. Além da história do Charlie Sheen, sempre que sai alguma matéria sobre produções snuff, ou supostas, é citado, não só isso, como também logo mostra a mulher esquartejada cheia de sangue. Há informações de que o samurai é o Hideshi Hino. Basicamente a produção é o desmembramento da mulher raptada com o samurai recitando poesia. Cenas chocantes, incômodas, pesado!
Obs: assim como no primeiro, aqui é contado, já referindo ao desenhista, que ele recebeu uma fita com os eventos mostrados. Estranho de novo, como se já fosse regra alguém receber a tal “produção”. Isso pra dar um toque de realidade.
Obs. 2: Estes dois primeiros títulos já dão a ideia de “cobaia”, não só pelo conteúdo, mas também pelos efeitos especiais, apenas usando e abusando das possibilidades.



Após os dois pesados primeiros filmes, resolveram apostar um pouco no humor. Mas é claro sem deixar o gore!
3 - Ele nunca morre (Guinea Pig 3: He Never Dies) - 1986: tirando levemente o peso dos dois primeiros, vem “Ele nunca morre”. Diferente dos antecessores, possui comédia! Sim, é voltado para o humor. O título é auto-explicativo. Ainda tentando mostrar veracidade, diz que foi uma gravação real, obviamente é tudo atuado! - você já pode perceber a galhofa que é. Conta a história de um jovem homem que não está muito feliz com a vida. No trabalho é entupido de tarefas, o chefe vive dando bronca, não tem nenhuma colega afim. E quando finalmente chega em casa não tem ninguém e nada pra fazer. Foi tentar tirar a própria vida, mas não deu muito certo. Chama o colega pra mostrar a “façanha”, é esse o humor, constituído de cenas descabidas. Engraçado que há uma paródia ao pesadíssimo primeiro filme! Se você viu o primeiro e for ver este verá que a cena é a mesma, claro, puxando pro lado da comédia. Aqui já se pode ver o potencial de Guinea Pig, filmes de horror/terror com inúmeras subdivisões, desdobrando-se quase de qualquer maneira…
Obs.: mesmo com humor, ainda possui cenas fortes de violência e que facilmente causam incômodo.



4 - A sereia no bueiro (Guinea Pig 4: Mermaid in the Manhole) - 1988: como acontece no segundo, este foi dirigido pelo Hideshi Hino. Novamente adotando um tom sóbrio/sério, diferente do antecessor. A história é sobre um pintor que misteriosamente vive indo ao bueiro do seu bairro (?). Ele acaba descobrindo uma sereia e a leva pra casa, porém ela vai adoecendo, cheia de feridas. Possui um plot twist, que obviamente não dá pra contar. Mas não é tão chocante com as cenas violentas, embora um público menos disposto talvez não goste. Por sinal dá pra ver as falhas na produção, as secreções são imagens que foram pausadas à medida que avança, um stop motion. Este é ótimo pelo tom narrativo e visual, foi caprichado!



5 - Androide de Notre Dame (Guinea Pig 5: Android of Notre Dame) - 1988: o quinto é bem fraco, comparado com os outros. É o mais enfadonho. Embora seja de 1988, conseguiu tematizar tecnologia virtual (os japoneses são bons nisso!). A história de novo com suas propostas bizarras, um anão fissurado com a ciência, quer de qualquer jeito curar e salvar sua irmã, sempre é mostrada deitada, sem poder fazer muita coisa. Está disposto a fazer de tudo pela sua saúde. Tem aquelas cenas já básicas de violência da série, mas infelizmente este aqui é lento. De novo com um twist no final que não dá pra contar!



"A" Doutora Diabólica. O cara é uma figura!
6 - Doutora Diabólica (Guinea Pig 6: Devil Woman Doctor) - 1990: se é pra encerrar com dignidade uma série, então vamos chutar o balde! Esse é o mais “leve”, um episódio composto de comédia, mas humor negro! Mesmo sendo cômico, não deixou a característica principal, violência, gore! A protagonista (ou “o”?) é um travesti então famoso no Japão, o cara é hilário! É a Doutora Diabólica! O enredo consiste em várias situações onde a nossa “médica” tem que resolver, mas, é claro, sem anestesia! Porém não são casos comuns, são só bizarrices, incluindo um homem que faz um cocô com vida!🤣 Este aqui acerta em cheio mostrando um leque ilimitado de possibilidades, o que quisessem era só colocar em ação. Acertando nas vertentes narrativas…


Observação: nenhum dos filmes chega a uma hora
Nota: o sucesso foi tamanho que existe uma versão americana da série.
Nota final: mesmo com o material pesadíssimo, Guinea Pig, possui um jeito catártico, em todos os episódios no final deixa uma espécie de reflexão, aquela impressão de que tudo algum dia acaba. Sempre com uma cena que sensibiliza e uma música condizente.

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